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A importância da amamentação exclusiva para bebês e puérperas

Atualizado: 12 de mar.

O aleitamento materno exclusivo durante seis meses é amplamente recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde, pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e outros órgãos. Essa prática é muito importante para a saúde do bebê e da mãe pois os benefícios são inúmeros. O leite materno, também conhecido como “ouro líquido” é perfeito e sob medida para o bebê pois ele é vivo e mutável. Desde o colostro- também conhecido como primeira vacina- até o leite maduro, o lactente recebe exatamente os componentes que necessita para se desenvolver adequadamente. Macronutrientes, água, anticorpos, tudo é ajustado para aquele bebê pelo corpo da mãe. Por mais que a indústria tenha evoluído ainda não existe fórmula infantil que seja idêntica ao leite materno. É evidente que essas fórmulas podem salvar vidas de bebês que por qualquer razão não possam ser amamentados, mas não são comparáveis ao leite materno que fornece à criança os anticorpos da mãe por exemplo e facilita a formação da imunidade de acordo com o ambiente que ela se encontra. 

Outro fator positivo do aleitamento materno é o desenvolvimento correto do sistema estomatognático (estruturas bucais que são responsáveis pela mastigação, deglutição e respiração) do lactente. A oclusão dessa criança é beneficiada (diminuindo a chance de necessidade de aparelho ortodôntico posteriormente), a fala, a mastigação e a deglutição corretas são estimuladas, já as chances de respiração bucal diminuem. A obesidade e a mortalidade infantil também têm sua incidência diminuída em indivíduos que foram amamentados exclusivamente. 



Imagem: Freepik


Para a mãe, também há muitos benefícios. A amamentação estimula a produção de um hormônio chamado ocitocina, que ajuda na contração uterina, diminuindo o risco de hemorragias pós-parto e anemias. A chance de câncer de mama também reduz e o retorno ao peso pré gestacional é favorecido (o que pode ser fator importante na auto estima de muitas mulheres). 

  É evidente que para a amamentação exclusiva ocorrer, a sociedade precisa apoiar o binômio mãe-bebê e dar condições e acesso à informação para as puérperas e famílias. É primordial que as equipes transdisciplinares saibam o protocolo mais adequado para facilitar ao máximo que a amamentação ocorra e seja mantida. Atividades educativas também são relevantes, é preciso munir as famílias de conhecimento acerca de manobras de desengasgo, como armazenar leite corretamente, qual a melhor maneira de dar o leite armazenado para o bebê. Tudo isso para que haja segurança e confiança e a chance de desistência ao se depararem com obstáculos normais desse processo diminua. A pega correta também precisa ser ensinada, as mães precisam se sentir acolhidas para tirar dúvidas e recorrer à ajuda se precisarem. Uma pega errada, pode causar ferimentos no seio materno e levar ao fim da amamentação. Consultora(s) de amamentação disponíveis podem salvar uma história de amamentação e garantir saúde. 



Imagem: Freepik


  O marketing da indústria de fórmulas infantis precisa ser controlado. A Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN), lançada em 1979 por recomendação da OMS e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) tem um papel muito importante nessa luta. Seus princípios englobam direitos relativos à saúde das famílias- tendo a proteção do aleitamento contemplada- e seus membros lutam pela divulgação e pelo cumprimento da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes de 1ª Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). Essa norma garante a preservação da prática do aleitamento através da regulamentação do marketing (que poderia se tornar prejudicial aos direitos de recém-nascidos e crianças de até 3 anos de idade) que engloba uso indiscriminado de fórmulas infantis, chupetas e outros elementos que podem contribuir com a cultura do desmame.  

 Em 1989 a OMS em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançou a declaração “Proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno: O papel especial dos serviços materno-infantis." com o objetivo de estabelecer políticas, práticas e rotinas que aumentassem a iniciação e estabelecimento do aleitamento e que aquelas que atrapalhassem esse processo fossem modificadas. Essa declaração cita a “Golden Hour”, conceito que começou a ser mais divulgado recentemente e nada mais é que garantir que, sempre que possível, o bebê e a mãe fiquem juntos tendo contato pele a pele na primeira hora pós-parto para estimular a criação do vínculo entre eles e oportunizar a amamentação tão logo que possível.  

  Atualmente no Brasil a licença maternidade assegurada por lei na CLT é de 120 dias enquanto a recomendação do aleitamento exclusivo é de 180 dias. Já houve evolução no sentido de haver a previsão do direito de períodos de descanso especiais para a amamentação de bebês de até seis meses (artigo 396 da CLT). Mas ainda é necessário haver uma mudança de mentalidade que proteja melhor esse direito do bebê de ser amamentado no período necessário estipulado pois a amamentação demanda muito da mulher e seria mais cômodo estar em casa com o bebê até a idade mínima. Isso diminuiria inclusive a introdução alimentar precoce a qual muitos bebês são submetidos.  

A Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) também é interessante, esse selo é dado pelo Ministério da Saúde a hospitais que cumprem 10 passos para o sucesso do aleitamento materno, cumprem a NBCAL e tomam medidas protetoras do aleitamento materno e dos direitos da família, da mulher e do bebê que se encontram em um momento de grande vulnerabilidade em suas vidas.


REFERÊNCIAS: 

SANTOS, Anne Caroline de Lima; PEREIRA, Niedja Odilon. A importância da amamentação para um desenvolvimento saudável: The importance of breastfeeding for healthy development. 2022. 

PENEDO, Mariana Moreira et al. A importância do aleitamento materno exclusivo na prevenção da obesidade infantil. Revista de Saúde, v. 14, n. 1, p. 33-40, 2023. 

PEIXOTO, Thaiane Mayara da Silva Almeida; DOS SANTOS, Danuza José; NUNES, Ronaldo Lima. A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA NOS PRIMEIROS SEIS MESES DE VIDA DA CRIANÇA. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 9, p. 2847-2854, 2023. 

CASSIMIRO, Isadora Gonçalves Vilela et al. A importância da amamentação natural para o sistema estomatognático. Revista uningá, v. 56, n. S5, p. 54-66, 2019. 

ALMEIDA, João. ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ OS SEIS MESES: O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. Portal de boas práticas- Instituto Fernandes Figueira, 2024. Disponível em :<Apresentação do PowerPoint (fiocruz.br)>. 

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