top of page

Diabetes mellitus gestacional

A diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma enfermidade bastante relevante que pode ocorrer em gestantes. Ela é caracterizada por uma alteração na glicemia da gestante (intolerância à carboidratos) e pode ser gerada por múltiplos fatores: IMC igual ou acima de 25 (sobrepeso ou obesidade), ganho de peso excessivo durante a gestação, idade materna (gestação tardia), histórico familiar de diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS), gestação múltipla.


Imagem: Freepik


É normal que o organismo da gestante apresente certa resistência insulínica (hormônio que contrabalanceia a glicose no sangue) devido às alterações hormonais. Hormônios como o lactogênio placentário, progesterona e prolactina contribuem para isso. Contudo, bons hábitos permitem que muitas gestantes consigam não desenvolver essa doença.

  Atualmente se recomenda que logo no início da gestação as gestantes de alto risco já sejam testadas para diagnosticar se  há uma diabetes pré-existente. A partir do segundo trimestre da gestação, o teste de tolerância oral à glicose (TTOG) é feito em todas as gestantes. A gestante ingere 75g de glicose anidra diluída em água e sua glicemia é medida antes da ingestão, 1h após e 2h após. Se a gestante apresentar valores iguais ou acima dos valores de referência, ela é diagnosticada com diabetes gestacional.

A gestante diagnosticada passa a ser de alto risco e precisa seguir o tratamento indicado pelo médico, que geralmente consiste em atividade física regular e alimentação regrada (com auxílio de nutricionista) e pode necessitar de insulina em alguns casos. A glicemia capilar também deve ser monitorada pela gestante sempre em jejum e pós prandial (após as grandes refeições) e anotada para análise do profissional de saúde. A necessidade da insulina é determinada após entre 7 e 14 dias de tratamento com dieta + atividade física, se a glicemia não tiver voltado para níveis satosfatórios seu uso é recomendado. O bebê também deve ser monitorado pela mãe e pelos profissionais. Se a mulher perceber que o feto passou a se movimentar menos dentro da barriga, é necessário buscar auxílio médico imediato.


Imagem: Freepik


A dieta das gestantes com DMG deve ser baseada em um equilíbrio de macronutrientes: 45 a 65% de carboidratos (preferencialmente os carboidratos complexos e de baixo índice glicêmico), 15 a 20% de proteínas e 20 a 35% de lipídeos. Os melhores carboidratos para consumo são os integrais e os provenientes de frutas, legunes e verduras. As proteínas de alto valor biológico (com mais aminoácidos: carnes, ovos e produtos lácteos) são interessantes para gestantes não vegetarianas. O consumo da alimentação deve ser fracionado (5 a 6 refeições diárias)  e gorduras saturadas devem ser evitadas. Existem alimentos que auxiliam no controle glicêmico, o peixe é um deles (rico em ômega 3 e leucinas). O consumo de micronutrientes da gestante também precisa ser orientado e ajustado. Isso pois elementos como zinco, vitamina D, selênio, podem auxiliar no crescimento fetal e na saúde do binômio mãe-bebê.


Imagem: Freepik


A frequência de consultas médicas também aumenta para gestantes com DMG para um acompanhamento mais próximo com intuito de garantir a saúde materna e do bebê. A gestante não diagnosticada ou que não faz o tratamento de maneira correta possui chances mais elevadas de parto prematuro, hipertensão (até mesmo pré-eclâmpsia) e pode também gerar repercussões como macrossomia, desconforto respiratório, hipoglicemia neonatal e até mesmo óbito para o bebê. Consequências futuras também podem ocorrer, tanto a mãe quanto a criança possuirão risco aumentado de desenvolver DM em momento posterior.   


Imagem: Freepik


Para as gestantes que são sedentárias, caminhadas diárias de 30 minutos são recomendadas, para aquelas que já praticam atividade física, desde que não sejam atividades de impacto, elas devem ser mantidas. Se for uma atividade de impacto, convém mudar para uma atividade mais tranquila. As gestantes que desenvolvem a DMG não devem se desesperar, mas sim focar nos tratamentos indicados pela equipe de saúde e se concentrarem em ter uma gestação o mais tranquila possível, aumentando assim as chances dos melhores desfechos possíveis.

 

REFERÊNCIAS:

DÍAZ-SOTO, Gonzalo; FERNÁNDEZ VELASCO, P.; DE LUIS ROMÁN, Daniel. Nutrición en la diabetes gestacional. Nutrición Clinica en medicina, v. 15, n. 3, p. 127-137, 2021.

BATISTA, Mikael Henrique Jesus et al. Diabetes Gestacional: origem, prevenção e riscos. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 1, p. 1981-1995, 2021.

CAVALCANTI, Cindel Neves et al. Diabetes gestacional. Revista Presença, v. 4, n. 10, p. 29-42, 2018.

DO CÉU ALMEIDA, Maria et al. Consenso “diabetes gestacional”: Atualização 2017. Revista Portuguesa de Diabetes, v. 12, n. 1, p. 24-38, 2017.

OLIVEIRA, Rafaela Gischewski. Benefícios do uso da alimentação para o controle glicêmico de pacientes com diabetes gestacional. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar-ISSN 2675-6218, v. 3, n. 6, p. e361599-e361599, 2022.

8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page