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Introdução alimentar do bebê

Na gestação o bebê já consegue sentir alguns sabores de acordo com a ingesta da mãe, por isso é tão importante uma alimentação balanceada e saudável, pois além dos nutrientes necessários, o paladar também já está começando a ser formado. A introdução alimentar (IA) é a fase em que o bebê começa a efetivamente a conhecer os alimentos para além do leite materno (ou da fórmula infantil). É comum que os pais fiquem preocupados no início pois muitos bebês demoram a realmente começar a comer. Porém, essa fase é justamente sobre a criança conhecer os alimentos, texturas, sabores, temperaturas, tudo é novidade para aquela criança que estava acostumada somente a mamar.  

O primordial nesse momento é manter a calma e passar tranquilidade para o bebê, para que ele entenda que é um momento bom e não fique nervoso. Os pais precisam saber como conduzir a manobra de Heimlich (desde o nascimento do bebê na realidade) pois pode ser necessário utilizá-la em algum momento. Há diversos vídeos nas plataformas sociais ensinando essa manobra do desengasgo. É bem simples de performar e pode salvar uma vida. Não há necessidade de pânico, porém o conhecimento é importante. 


Imagem: Freepik


Outro fator necessário é compreender se aquele bebê está pronto para iniciar essa fase da vida. A introdução alimentar deve ocorrer aos seis meses de vida e quando o bebê demonstrar os sinais de prontidão. Os sinais de prontidão para a IA englobam os seguintes fatores: o bebê demonstra interesse pela comida quando vê outras pessoas se alimentando, o bebê possui controle total da coluna cervical, ele leva objetos até a boca, ele não empurra totalmente a comida com a língua (sinal de protusão da língua diminui) e não tomba quando sentado no cadeirão.  

A idade correta para o início dessa fase é aos seis meses, antes disso a introdução alimentar é considerada precoce e pode trazer prejuízos ao bebê. Engasgos têm a chance aumentada devido à falta de controle cervical e o sistema digestório do bebê não está preparado para receber alimentos diferentes de leite materno (ou fórmula infantil). Se o bebê nasceu pré-termo, ou seja, prematuro (menos de 36 semanas de gestação), é necessário corrigir sua idade. Como corrigir a idade do bebê? Diminuindo 40 semanas do número de semanas que o bebê nasceu. Por exemplo, se o bebê nasceu de 35 semanas: 40 – 35= 5 semanas. Logo, esse bebê deve começar sua IA com 6 meses + cinco semanas, no caso sete meses e uma semana. Essa correção da idade inclusive também engloba outros marcos de desenvolvimento (sentar-se, andar).  


Imagem: Freepik


No princípio da IA o bebê ainda tem o leite como principal fonte de alimento, a comida e a água estão apenas sendo apresentadas, portanto não há nenhuma necessidade de insistir para o bebê comer os alimentos imediatamente. A IA é dividida em fases, na primeira fase (de 6 meses a 1 ano) o importante é: conhecer os alimentos individualmente bem como suas texturas, cheiros, sabores. É absolutamente normal que a criança demore um pouco para levar o alimento até a boca, brinque com o alimento (afinal é dessa forma que as crianças exploram o mundo), tenha reflexos que parecem ânsia de vômito. Esses reflexos nada mais são que o Gag, um reflexo inerente que os adultos também têm, porém fica localizado mais para o final da língua, perto da garganta. No bebê o Gag fica no meio da língua, por isso muitas vezes ele vai cuspir a comida ou até mesmo vomitar. Se o bebê continua respirando sem problemas, consegue resolver sozinho e depois segue a refeição tranquilamente, ele teve esse reflexo. Já o engasgo impede ou dificulta a respiração da criança (ela pode ficar avermelhada ou arroxeada) e ela precisa de ajuda para colocar aquele alimento para fora ficando paralisada (inclusive, é interessante saber que líquidos também podem causar engasgo, daí a importância de todos que convivem com o bebê saibam como fazer a Manobra de Heimlich). 


Imagem: Freepik


Na segunda fase, dos 12 aos 18 meses, o bebê entendeu que a comida mata a fome. Ele engrena melhor nas refeições, mas é esperado que assim como os adultos, a criança tenha dias que não está com tanto apetite (quando está nascendo algum dentinho, por exemplo). É necessário respeitar as fases desse bebê, o papel da família e dos cuidadores é ofertar uma alimentação adequada, variada e saudável e permitir que o bebê defina a quantidade que ele quer comer naquele momento. Muitas pessoas perdem isso de vista com o tempo devido a hábitos prejudiciais (como comer distraído por telas), mas o ser humano já nasce com a capacidade de autorregulação energética, então o bebê é o norteador da quantidade de comida que seu corpinho precisa naquele dia.  

Na terceira fase da IA, o bebê terá entre 18 e 24 meses. Esse bebê já possui preferências alimentares, e pode inclusive demonstrar seletividade alimentar pois é nessa fase que muitos bebês começam a apresentar medo de provar novos alimentos. É o momento de variar ainda mais os preparos de um mesmo alimento, envolver esse bebê na cozinha (dentro do seguro, obviamente), comer junto dando exemplo e de maneira nenhuma forçar o bebê a consumir alimentos, nem os novos, nem os que ele consumia e decide não consumir mais. Será o exemplo e a persistência em oferecer o mesmo alimento diversas vezes e feito de formas diferentes que levará essa criança a superar a seletividade natural da idade. 


REFERÊNCIAS

DANEMBERG, Franciele. Nutrindo meu bebê: guia alimentar dos 0 aos 24 meses. 5. ed. Porto Alegre: Ed. da autora, 2021.

 DE LIMA, Fernanda Ribeiro; ANDRADE, Ana Helena Gomes. Introdução alimentar em lactentes: uma revisão de literatura. Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, v. 37, n. 73, p. 135-147, 2021.

 

 

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