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Principais hormônios da gestação

Durante a gestação são diversos os hormônios que atuam no corpo da mulher e possibilitam a sobrevivência e o desenvolvimento do feto. O ciclo menstrual (que dura aproximadamente 28 dias) possui dois hormônios principais o orquestrando: a progesterona e o estrogênio. São duas fases que constituem esse ciclo: a folicular e a lútea. Na primeira, os folículos ovarianos crescem, estimulados tanto pelo estrogênio quanto pela progesterona (em maior quantidade). Um desses folículos amadurece e a produção de estrogênio aumenta e a de progesterona diminui. A ovulação ocorre uma vez que esse folículo esteja completamente maduro. É o momento que distingue as duas fases do ciclo menstrual e o ápice da produção de estrogênio. Não havendo fecundação, o óvulo degenera, a produção de ambos os hormônios diminui e a menstruação ocorre. 



Imagem: Freepik


Quando a fecundação ocorre, a quantidade hormonal se mantém, assim como o folículo ovariano, que se transformou em corpo lúteo, dá suporte ao embrião (estimulando produção de hormônios necessários para o espessamento do endométrio, permitindo a implantação do embrião no útero).  A gonadotrofina coriônica humana (HCG) é um hormônio que começa a ser produzido, estimulado pelo crescimento do embrião. Suas funções incluem: manter as concentrações de estrogênio e progesterona com a finalidade de garantir a integridade do corpo lúteo e promover o aumento do útero até aproximadamente o dobro. Inclusive é o hormônio analisado em testes de sangue (mínimo 8 dias após a fecundação) e de urina (mínimo 15 dias após a fecundação) para identificar a gestação devido à sua quantidade elevada no início do período gravídico. 

O estrogênio é o hormônio que possui como principal foco estimular a proliferação da musculatura e da elasticidade uterinas. Afeta também a produção de proteínas séricas (as diminuindo), interfere tanto na função tireoidiana quanto no metabolismo do ácido fólico e também possui uma participação no processo da mamogênese - desenvolvimento das mamas em preparação para a produção de leite e posterior amamentação, que envolve também a atuação de diversos outros hormônios (tireoidianos, placentários, corticoadrenais). 

O papel da progesterona na gestação inclui o relaxamento do músculo liso do útero, para que ele não expulse o feto e atua no sistema imunológico da mulher, para que o embrião não seja rejeitado pelas células de defesa do sistema imunológico da mãe. Também participa da manutenção da pressão sanguínea da mãe em níveis normais dilatando e relaxando os vasos sanguíneos (devido ao aumento do nível de sangue) e aumenta a absorção de nutrientes pois altera a complacência de órgãos do sistema digestório (estômago, intestino). A progesterona também estimula a produção de prolactina pelas células do endométrio.  


Imagem: Freepik


Já a prolactina, um hormônio hipofisário, é responsável pela lactogênese, que caracteriza a produção do leite materno. Esse hormônio possui sua expressão aumentada consideravelmente após o nascimento do bebê e alcança os alvéolos da mama através dos vasos sanguíneos. Hormônios como o lactogênio placentário e a ocitocina também possuem essencial importância no processo de amamentação (tanto atuando na mamogênese como na lactogênese).   

O lactogênio placentário começa a ser produzido pouco após a fecundação até a metade da gestação de maneira significativa, porém mesmo após o parto, ainda há níveis baixos de sua presença. Isso leva a crer que seu papel é maior na mamogênese que na lactogênese.  

Por sua vez a ocitocina atua sobre o músculo liso e sobre as células da glândula mamária. Ela também é conhecida como o “hormônio da felicidade”, esse é um dos motivos pelos quais se estimula tanto o parto normal e que o bebê seja colocado junto da mãe logo ao nascer, para favorecer a produção da ocitocina e, com isso, a ejeção do leite.


Imagem: Freepik


O THS, tireotropina ou hormônio tireoestimulante, é secretado pela hipófise para regulação da excreção dos hormônios da tireoide. É um hormônio essencial pois, quando funcionando corretamente, traz o equilíbrio. Quando desregulado, pode levar a mulher tanto a hipertireoidismo, quanto a hipotireoidismo. Esse, inclusive é o hormônio responsável pela disposição que a maioria das gestantes apresenta no segundo trimestre da gravidez.

Um último hormônio a ser citado, mas não menos importante, é a somatomamotropina coriônica humana (HCS) ou lactogênio placentário que desenvolve o crucial papel de metabolizar nutrientes em glicose compatível para sustentar o bebê. 

 

REFERÊNCIAS: 

DA SILVA, Lorena Kemily Vieira et al. Alteração hormonal no período reprodutivo. Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Curitiba, PR, Brasil, v. 24, 2018. 

DOS SANTOS, AMANDA FREITAS POMPEU et al. FUNÇÕES DA TIREOIDE DURANTE A GESTAÇÃO.

VIEIRA, Lucas Gabriel; MARTINS, Géssica Faria. Fisiologia da mama e papel dos hormônios na lactação. Revista Brasileira de Ciências da Vida, v. 6, n. Especial, 2018. 

WATANABE, Maria Angelica Ehara et al. Gestação: um desafio imunológico. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 35, n. 2, p. 147-162, 2014. 




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